terça-feira, 16 de dezembro de 2008

João Ferreira, o meu camarada de armas


Já vai longínquo o ano de '88 em que "assentei praça" na Escola Prática de Artilharia em Vendas Novas, tendo como camarada de armas o Ferreira que na altura era mais um recruta, igual aos outros 119 que nesse dia 22 de Agosto entravam pela Porta de Armas. Ele pela sua capacidade física, militarismo e a vontade que já tinha na altura de seguir uma carreira no exército, facilmente se destacou e no final das 7 semanas de recruta básica seguiu para o Curso de Oficiais Milicianos e eu, sem tantos recursos e, claramente com muito menos vontade de andar na tropa, fiquei-me pelo Curso de Sargentos Milicianos, embora tenhamos continuado a ter instruções conjuntas por mais 3 meses.
Nunca mais vi nem falei com o Ferreira, mas nunca deixou de ser um camarada de armas e o pouco tempo que convivemos foi bastante intenso e obrigou-nos a muita entreajuda e solidariedade, por isso sempre que vejo jogos arbitrados por ele, vejo-os com uns olhos diferentes dos demais e desculpo-o mais que a outros, mesmo quando ele erra contra a minha equipa. A vida ensinou-me que não se devem por as mão no fogo por ninguém, mas pela personalidade que tive oportunidade de conhecer durante 4 meses acho que sempre que o Ferreira errou foi contra sua vontade. Espero não ser mais um ingénuo...
Li hoje que regressou da sua comissão no Líbano e que vai voltar à arbitragem nacional, de onde esteve afastado durante este período.
Devo dizer que, embora não seja um dos mais consensuais juízes nacionais, tem claramente muito mais capacidades que muitos dos que por aí andam, pelo que lhe dou as boas vindas neste regresso e lhe desejo muita sorte.
E se ele, por mero acaso ler estas linhas, mando-lhe um abraço.

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