segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Desporto e Medicina

A medicina desportiva volta a estar no centro das atenções pelas declarações provocatórias de Carlos Martins sobre o departamento médico do Sporting, tal como já houve com Sá Pinto há uns anos ou com Mantorras no Benfica.
Com que razões podem este jogadores reclamar, pensamos nós, uma vez que estes departamentos são equipados com o que há de melhor, e os seus profissionais são pessoas respeitadíssimas?
Muitas vezes estas questões não são assim tão pacíficas, pois em muitas circunstâncias tem melhores resultados um mestre através da sua prática e da sua sensibilidade inata para a detecção e cura de lesões do que um catedrático com todos os seus conhecimentos empíricos mas que na prática não se traduzem num bem estar para o atleta.
É por esta razão que muitos jogadores recorrem a pessoas que ao longo dos anos têm apresentado resultados.
Mas então porque é que estes homens não estão nos clubes?
Resposta fácil. Porque os directores clínicos não aceitariam trabalhar com os métodos que eles utilizam por estarem sujeitos a regulamentações controladas pela sua própria ordem e que não podem ultrapassar, onde não constam os métodos usados pelos outros que misturam artes milenares, como a medicina chinesa, a acupunctura, a naturopatia, a manipulação e outros métodos que também curam e que muitas vezes evitam as cirurgias.
Se por um lado o clube poderia tirar proveito destas situações, é entendível que um médico que tem que assumir a responsabilidade da recuperação de um atleta não se possa permitir a dar azo a ser acusado de irresponsabilidade e actos não convencionais.
Passa também por aqui a dificuldade da coexistência entre os diversos ramos da medicina por muito reconhecidos que estejam, a menos que um dia haja um grande clube que entenda ter como director clínico um osteopata ou alguém formado em medicina chinesa. Talvez se houvesse esta coragem se conseguisse curar atletas sem o recurso a tantos medicamentos nocivos à saúde, pois os jogadores são pessoas que estão mais sujeitas a lesões e mais vezes têm que recorrer a curas.
A existência de um destes mestres permitiria tratamentos mais “limpos” e o acesso à medicina tradicional sempre que isso se justificasse o que de forma inversa já não é tão fácil e pacífico.
Carlos Martins é apenas mais um dos insatisfeitos que recorreu a um médico externo, que não sabemos como trabalha, mas que por ser externo lhe é permitido um leque muito mais abrangente de técnicas que poderão não ser compatíveis com o departamento médico de um clube.
Não se trata neste pequeno artigo de falar em bruxarias nem métodos menos lícitos. São conhecimentos muito antigos, comprovados e que, como costuma dizer-se, se não fizer bem, mal também não fazem, pois só usam produtos naturais que o organismo se encarregará de decidir se os que absorver ou se, simplesmente, os rejeita.
Penso que este tema tenderá a crescer em importância face ao aumento de jovens a tirarem este tipo de cursos e a exercer. Será a própria sociedade a obrigar a discussão a surgir e veremos muito mais mestres em destaque e não apenas o Dr. Choy e a sua acupunctura.

Terminou o Brasileirão sem surpresas de maior à excepção da descida à segunda divisão do Corinthians. O clube com a maior claque organizada do mundo, os Gaviões da Fiel, depois de ter sido campeão aquando da gestão da empresa MSI, que tantas sequelas deixou, não se aguentou e foi rebaixado. E agora como vai ser a vida de um dos maiores clubes brasileiros? Resistirá e com a força dos seus adeptos vai conseguir dar a volta e retornar, ou não vai conseguir? Vamos acompanhar a próxima época, sendo certo que os jogadores de maior valia já estão a tentar sair.
Não vai ser fácil.

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