O futebol vem agonizando na sua generalidade, situação à qual não resistiram diversos clubes que já tiveram que fechar as portas ao profissionalismo ou mesmo ao futebol sénior, ficando-se apenas pelas classes jovens.
Uns retomaram a competição dos distritais, outros, simplesmente, mudaram de nome e começaram tudo do zero.
Muitos destes clubes sofreram de má gestão durante alguns anos e acabaram por perecer graças a isso, outros, que serão a maioria, são aquilo que se pode designar por Clubes de Presidente. E o que é isto do Clube de Presidente? Pois nem mais nem menos que aqueles clubes durante anos foram comandados apenas por uma pessoa, que o foi gerindo à sua maneira, espremendo o que possível fosse e no final, vira costas, impune, deixando uma colectividade a agonizar.
Permitam-me exemplos:
O Campomaiorense, durante anos vivendo do empenho da família Nabeiro e terminando logo que estes acharam que era suficiente o dinheiro que já ali tinha sido investido. É talvez o menos criticável face à pequenez da cidade onde está implantado e onde todos reconheceram o esforço de uma família em prol do desenvolvimento de uma região.
O Marco, agremiação de Marco de Canavezes que foi sendo impulsionada pelo polémico Avelino Ferreira Torres, cujo estádio detinha o seu nome, onde punha e dispunha, com cenas mirabolantes de pontapés em cadeiras e bancos de suplentes, que ficaram impunes e que, depois deste ter saído da Câmara começou a agonizar até que este ano fechou portas com dívidas a fornecedores e jogadores.
O Salgueiros, onde José António Linhares se tornou conhecido. Entrou em tramóias ainda hoje pouco explicadas que chegaram à triste história do encerramento. Apesar de muitas tentativas de reanimação ainda hoje agoniza e poucos acreditam na sua ressurreição.
Poderia continuar com Ovarense, Alverca…
A conclusão que quero com isto tirar é que o que acontece neste clubes é a negação do associativismo, onde deveria haver uma gestão responsável, no sentido do crescimento da agremiação, sem intuito do lucro e muito menos do proveito próprio, mas semeando raízes de solidificação que permitam a quem se segue poder ter matéria prima para poder continuar a fazer obra.
Estas instituições viveram demasiados anos controladas por apenas uma pessoa, estando os sócios, por um lado acomodados pelo facto de haver alguém que lhes fazia o “favor” de ser presidente e por outro dava a sensação de que as coisas estavam bem. Uma das razões para que eles também estivessem apegados aos cargos era, em muitas vezes, o facto de saberem que, ao saírem, muitas coisas desagradáveis viriam a público, com a possibilidade de haver consequências judiciais criminais.
Veja-se o caso recente do Boavista, em que a família Loureiro durante décadas se foi sucedendo e se foi auto-encobrindo. A ver vamos até onde vai ser possível levar o clube do Bessa nos próximos tempos.
E se estes são os que já estão a ter problemas, esperemos para ver o que acontecerá quando João Bartolomeu for obrigado a sair da U. Leiria, Aprígio Santos da Naval ou Rui Alves do Nacional da Madeira. E aquele que mais curiosidade nos deixa é, seguramente, a saída de Pinto da Costa do F. C. Porto.
1 comentário:
E o Caldas ? Relativamente ao Fernando Costa ?
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