O “American way of life” ou “American life style” são nem mais nem menos que uma forma de encarar a vida por parte de um povo que se acha o mais importante do mundo. É por isso que estas duas frases concentram em si a maior dose mundial de egocentrismo e narcisismo. Os Estados Unidos continuam a julgar-se o guardião da paz mundial, intervindo em qualquer outro país ao abrigo de ideias mal sustentadas e mentiras. É o maior poluidor, convoca reuniões para resolver o problema mas através dos outros e não de si. O Prémio Nobel até é atribuído a um ex-vice-presidente que nada fez para reduzir a emissão de gases para a atmosfera enquanto governou e que depois de deixar a Casa Branca, não faz outra coisa que bater com a mão no peito, mas sem fazer um “mea-culpa”.
Em tudo os americanos se julgam os maiores e o desporto não foge à regra. E há, realmente, modalidades onde têm alguma predominância, embora se possa agora achar que isso também é devido ao seu grande avanço tecnológico e científico, com os laboratórios a serem uma quota parte muito importante da capacidade desportiva evidenciada. Mas não será só isso, pois no meio de muita mentira também há muito campeão.
Mas o que me atraiu hoje a escrever estas linhas foi o Super Bowl, a final do campeonato de futebol americano da National Football League (NFL), onde entram equipas dos E.U. e do Canadá. Pois o dito campeonato tem o nome de Liga Nacional de Futebol mas rapidamente é designado de World Series. Como de qualquer equipa de qualquer outro país pudesse ter acesso a esta final.
O jornal Expresso desta semana, através do seu correspondente em Nova Iorque apresenta um artigo sobre esta final e faz uma comparação curiosa quanto ao facto da apresentação desta competição dizer tratar-se do maior evento do desporto mundial, visto por 90 milhões de americanos e por 140 milhões de pessoas em todo o mundo. Tudo isto funciona como uma propaganda de um qualquer país totalitarista que precisa enaltecer os seus feitos internamente para levantar o ânimo dos habitantes, pois em contraposição com este números há a final do mundial do “nosso” futebol, que em 2006 registou mais de 260 milhões de espectadores e toda a fase final foi vista por mais de 26.000 milhões… Então e os Jogos Olímpicos? E o mundial de rugby? É preciso não esquecer que isto são jogos ou desportos de implantação mundial e não apenas num país, por muito grande que seja.
Mas por causa destas manias de grandeza os americanos já têm tido alguns dissabores, como serem derrotados por Cuba em Basebol. Nada pode ser mais humilhante para um “gringo” que perder com os seus arqui-rivais cubanos em mais um dos desportos que eles acham ser “supra-sumo”. Mas não só do basebol se podem lamentar, no basquetebol também a Argentina lhes tirou as peneiras.
Qualquer pessoa, instituição ou país que se julga vencedor antes de o ser, me deixa com vontade que perca em qualquer desporto. Sou assim com o futebol da França, com o andebol ou o futsal da Espanha ou com o rugby dos ingleses.
Para terminar de novo com o Super Bowl devo dizer que não me atrai e não me faz perder uma noite de sono bem dormido, pelo que me limitei a saber que os New York Giants ganharam aos New England Patriots por 17-14, com um “touch down” no último minuto, pelo que parece ter sido muito emocionante.
Vai dar-me mais prazer passar a tarde de folga de segunda-feira a ver um escaldante Egipto – Angola para o CAN, torcendo para que os nossos irmãos negros ganhem e passem à meia-final.
1 comentário:
Parabens jaime pela maneira como escreves,com precisão e com objectividade.Acho que tens potencial para muito mais .Um abraço
Ricardo Duarte
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