Esta semana surgiu a confirmação de uma notícia que já circulava. O jogador Lucas que actuava no Estrela Vermelha de Belgrado, na Sérvia, abandonou o futebol devido a um problema cardíaco que lhe foi diagnosticado pelos médicos do seu clube e posteriormente confirmado com diversos exames.
Com apenas 28 anos e no auge da carreira o jogador teve a pior notícia que alguém pode ter, que é a confirmação de um problema de saúde. Acresce a isto o facto de ser um problema que o impede de exercer a sua profissão, que é ao mesmo tempo aquilo que mais gosta de fazer.
É claro que há sempre a outra forma de olhar para o problema, que é pensar de uma forma resignada que ainda bem que lhe foi diagnosticado a tempo pois poderia ser grave e levar a uma tragédia.
Como ironia do destino, o seu problema é no coração que era aquilo que o distinguia dos outros jogadores, pois parecia ter nesse órgão uma energia inesgotável, tal era a forma como se empenhava no jogo e na defesa das equipas por onde andou.
O seu problema não é caso único. Lembro-me de Tonanha que quando jogava no Belenenses teve uma situação semelhante e mesmo o nigeriano Kanu que também esteve fora do futebol, embora este tenha recorrido a especialistas americanos que lhe restituíram a capacidade de voltar a jogar, coisa que ainda hoje faz e com influência no Portsmouth de Inglaterra.
Nós que estamos de fora apenas poderemos pensar o que passará pela cabeça de uma pessoa que tira prazer do que faz. Que faz bem, elogiado por todos os clubes por onde passa. Que está ao mais alto nível, num clube de grande dimensão a disputar a liderança do campeonato. A jogar nos maiores palcos da Europa para a Champions ou UEFA e, de repente, vê fecharem-se-lhe todas essas portas e terminarem todos esses sonhos.
Em muitos casos, quando uma porta se fecha outras se abrem e ao que parece Lucas já está em conversações com o Boavista, que lhe apresentou uma proposta de colaboração na equipa técnica.
Por aquilo que mostrava dentro de campo não tenho dúvidas que será um bom complemento para Jaime Pacheco, ambos muito lutadores e combativos.
Este caso foi descoberto e o jogador foi informado e está a ser acompanhado. Quantos casos idênticos terão passado incógnitos sem que houvesse consequências para os jogadores? É, obviamente, um grande risco, mas há seguramente muitos jogadores em competição que não estão nas suas melhores capacidades para o fazer. Mas como o dinheiro fala mais alto e é muito penalizador, também para os clubes, porque ficam privados do contributo de uma peça importante, poderemos pensar que se omite e, quem sabe, por esse facto, surgem tragédias mal explicadas e que depois de acontecerem nunca mais se entendem as verdadeiras causas.
Lucas terminou a sua carreira como jogador, mas já deixou uma marca no futebol português. Sem ser um jogador de excepção sempre foi influente pelas equipas por onde andou. Académica, Boavista e Estrela Vermelha.
Daqui lhe envio votos de felicidades para sua nova vida. Seja como treinador, como dirigente ou seja fora do futebol.
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