Fim-de-semana com muitas notícias relacionadas com os treinadores da Liga portuguesa.
Jesualdo Ferreira, confirmando o que é hábito para os lados do Dragão, foi eliminado da Champions, mas renovou contrato com o Porto por mais um ano. Esta é uma estratégia já conhecida de Pinto da Costa, que tenta deixar claro aos adeptos que o treinador por si escolhido é competente, apesar de ter perdido uma prova. Afinal continua líder no campeonato e com a vitória mais que anunciada e na disputa da Taça de Portugal. Mas é sobretudo uma mensagem de confiança para dentro da equipa, a quem, desta forma, passa a mensagem de que está satisfeito com o trabalho desenvolvido.
Camacho perdeu e demitiu-se!
Face ao perfil e antecedentes do treinador espanhol esta já era uma notícia esperada. Não é homem de estar agarrado a lugares. Saiu do seu Real de Madrid porque as coisas não estavam bem, pelo que naturalmente sairá de qualquer outro clube.
Claramente o Benfica não estava a jogar bem e necessitava de um abanão que poderá vir com a sua saída.
Deixa por preencher a vaga mais desejada do futebol nacional e já se fala num conjunto de nomes, dos mais naturais aos mais absurdos. Como se fala de muitos alguém deverá acertar e ficar com os louros da adivinhação.
Carlos Brito perdeu e demitiu-se!
Também tem sido um treinador que não se deixa agarrar a lugares. Numa dimensão diferente, sempre treinando clubes de menor expressão e que, mais naturalmente, têm maus resultados que podem precipitar uma demissão. Para o Leixões já não aparecem tantos candidatos.
Paulo Bento desceu para quinto lugar no campeonato mas mantém-se intocável pois a direcção do Sporting continua fiel à sua politica da continuidade. É bom? Não é bom? Só o futuro o dirá. Para já, no momento, as coisas não estão famosas na Liga. Se no final do campeonato a realidade for o quinto lugar penso que dificilmente poderá ser ele o líder da próxima época, mas isso também dependerá das restantes competições.
E por fim uma palavra para os eternos treinadores substitutos. Até há uns anos, no Benfica era o Mister Mário Wilson que assumia sempre os maus bocados pelo seu amor ao clube, sem mais ambição que fazer bem no período em que assumia a equipa. Com o natural afastamento deste, é Fernando Chalana que aparece como o homem dos maus momentos, mesmo sabendo que é por um período curto e que logo que haja acordo com outro técnico poderá ter que sair, inclusivamente, da estrutura do futebol profissional.
Neste grupo de treinadores surgem mais nomes, como Fernando Mendes e Manuel Fernandes no Sporting, o recente Rui Barros no Porto, Carlos Cardoso no Setúbal ou Fernando Mira na Naval. Todos disponíveis para ajudar nos maus momentos e que logo que aparece outro nome mais sonante voltam a baixar o estatuto sem contestação.
Estes homens afinal também são treinadores, também podem assumir uma equipa, também têm a confiança dos directores. Falta-lhes alguma coisa que será, sobretudo, a capacidade de se imporem como lideres, mas acima de tudo estão agarrados ao comodismo de um emprego em que a responsabilidade é de terceiros e que sempre que são chamados, assumem como heróis (que não são) e saem com o dever cumprido. Uma posição confortável.
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