Todos sabemos das ânsias dos políticos no acesso e no controlo de posições estratégicas nas instituições mundiais.
A eleição para Secretário Geral da ONU está a ultrapassar tudo aquilo que podíamos imaginar ser possível.
António Guterres, depois uma década como Alto Comissário para os refugiados, com um trabalho reconhecido, decide apresentar-se ao mais alto cargo desta Organização. O seu curriculum é, sem dúvida o mais completo para a função. O seu perfil público, tal como o privado são reconhecidos, tudo levando a crer que seria o homem certo na função.
As primeiras 4 votações com todos os candidatos o português é o preferido por cerca de 80% dos países com assento no Conselho de Segurança que são aqueles que têm direito de veto.
Desde o início que se sabe que o actual Secretário Geral, o Sr. Ban Ki Moon não é um dos apoiantes Guterres, fazendo lobbie para que seja uma mulher a próxima a exercer o cargo. Deste coreano o mais que fica do seu mandato e que não deve ser esquecido é o facto de que há muitas décadas que não haviam tantas guerras, terrorismo e desorganização no Mundo...
Como se isto não bastasse, Frau Merkl vem, também ela procurar colocar alguém que possa controlar, aproveitando-se do facto de alguns países preferirem uma mulher, apresentar Kristalina Georgieva, actual vice-presidente da Comissão Europeia.
Esta candidatura, não só veio minar uma eleição que já ia adiantada como veio lançar a confusão e o estalar do verniz nos apoios dos países de leste que se preparavam para apoiar a búlgara Irina Bokova.
Ao que parece ninguém se entende e o único que parece manter a serenidade é o português, dizendo que sabe que nestas eleições, tudo muda em pouco tempo e, o facto de ele ter sido o preferido por muito tempo pode dar em... nada!
Mais uma vez que o Mundo pouco importa para os mais poderosos, o que conta é manter o controlo, ter alguém que não se imiscua nas suas políticas internacionais, nas suas tentativas de alargamento de território, nos seus apoios a países em guerra, muitas vezes tomando o partido pelo lado errado. Também não deve interessar que o próximo responsável máximo na ONU seja uma pessoa que conhece por dentro o problema dos refugiados e tudo o que de errado anda a ser feito pelo país mais poderoso da Europa.
Um cenário que não antecipa nada de bom para António Guterres mas sobretudo para o Mundo em que (sobre)vivemos.
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