domingo, 18 de junho de 2017

Um país em duas vias...

Portugal está perante uma das maiores tragédias da sua história. Até ao momento estão contabilizados 61 mortos e outros tantos feridos, sendo que, pelo menos dois, em estado grave.
Tudo isto com incêndio de desenvolvimento estranhamente rápido que apanhou desprevenida a população que se viu encurralada pelas chamas.
Para lá dos mortos e feridos há um número não especificado de desalojados, pessoas a quem arderam casas e muitos bens.
Poder-se-ia ter feito mais? Claro que deveria ter sido possível! Há erros de ordenamento da floresta? Há dezenas de anos que sim!Há culpados? Claro que sim, a começar pelos proprietários destas florestas descuidadas!Haverão consequências a retirar desta tragédia? Depois de tudo estar investigado e de haver situações identificadas, aceito que sim!
Mas há o calor, o vento, as trovoadas, a falta de água, a escassez de humidade no ar... Isto não se controla! Nem os governantes, nem a Protecção Civil, nem os bombeiros e muito menos a população.

Mas, como é habitual, Portugal é solidário!

Muita gente está a doar bens. 
Muita gente está a depositar dinheiro na conta da CGD, especialmente aberta para o efeito (IBAN: PT50 0035 0001 00100000 330 42), mas há outros bancos que já têm contas abertas para o efeito. 
A selecção, concentrada na Rússia para a Taça das Confederações, já reuniu uma verba para entregar. 
André Vilas Boas a treinar na China já reuniu 100 mil Euros que também diz que vai entregar imediatamente.
Certamente que o Estado terá que fazer a sua parte, disponibilizando meios às pessoas para refazerem as suas vidas.
Não pode esquecer-se a ajuda internacional que também vai chegando.

Numa outra via, ainda antes de se perceber o que é que correu mal já há quem tente tirar partido político da situação, exigindo demissões e responsabilização... basta ver o Facebook. Sempre o Facebook!!!...
Ser político ou para se estar na política é, na realidade, preciso não ter escrúpulos nem ter problema de ignorar a dor das pessoas.
Pessoalmente digo que, eu próprio, se fosse governante com responsabilidade na Administração Interna, primeiro ajudaria os vivos. Depois... depois demitir-me-ia independentemente da minha culpa pessoal. Apenas porque não ia conseguir continuar a desenvolver o meu trabalho sabendo que, durante o meu mandato tinha acontecido tamanha tragédia. Mas nunca porque já está a ser usada a tragédia para benefício político-partidário!...

É por isto que Portugal é um país em duas vias, felizmente que a via maior é a da solidariedade e de ajuda a quem precisa neste momento.
Muito triste que haja aproveitamento apenas para puxar a uma cor partidária.
Não é aceitável!!!


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