quinta-feira, 29 de junho de 2017

Eu também já fui ao bruxo!...

Esta história das bruxarias que Francisco J Marques revelou sobre o Benfica é... um não assunto!
Qual será o clube que nunca equacionou recorrer ao bruxo???
Depois daquelas 10 jornadas em que a bola não entra, depois daquelas 8 jornadas a perder consecutivamente, depois de meia dúzia de lesões em jogadores importantes, depois de um número específico de camisola insistir em trazer lesões ao jogador que o enverga... São inúmeras as situações em que os clubes, pelo menos equacionam, recorrer a bruxaria.

Depois há aqueles que largam umas galinhas pretas no campo, que as enterram atrás da baliza, que deixam fazer umas rezas com velas e um sem número de outras situações. Houve Zandingas, Bruxos de Fafe entre muitas personagens, mais ou menos conhecidas.
Voltando à situação já aqui referida, parece um pouco descabida esta divulgação em forma de acusação! E parece descabido porque o Porto é um clube que já teve fama de recorrer a estes métodos, confirmado por estes dias por Paulo Futre.
A meu ver teria sido muito mais sensato que o Porto Canal tivesse dito que tinha conhecimento de contratos com bruxos por valores exorbitantes e se ficasse por aí, deixando depois resvalar os contratos para os Correios da Manhã deste Mundo e deixá-los a eles chafurdar nessa lama.
E depois há situações que nos empurram para estes métodos sem que a nossa concordância seja plena. Conto a história:
Durante a minha passagem pelo maravilhoso país de Moçambique, no nosso local de trabalho, bem lá no limite da civilização, tínhamos a necessidade de fazer um furo que encontrasse água. Depois de várias tentativas goradas, uma das pessoas contratadas para esse fim disse-nos que não voltava a furar sem "fazer reza". Olhei para o João e o João para mim e dissemos, não! Nós somos cépticos e não queremos entrar nisso.
Uns dias depois, em conversa com o nosso amigo Fernando, que tem muitos anos de África, ele aconselhou-nos a fazê-lo, principalmente para não ofendermos as tradições e crenças da região. Pensámos que talvez tivesse razão e lá acedemos...
No dia seguinte fomos falar com o Régulo da aldeia. O Régulo é uma espécie de Presidente da Junta, de bruxo, de conselheiro, de padre e mais um sem número de coisas...
Dissemos-lhe ao que íamos e eu senti nele um orgulho imenso por dois "mocunhas" (brancos na língua local), estarem a recorrer ao seus serviços.
Fez o preço: 6 galinhas (que podiam ser daquelas congeladas), 10 kg de farinha de milho, 10 kg de açúcar e 10l de óleo.
Mandou-nos estar no dia a seguir às 7 da manhã, com estas coisas à sua porta e daí seguiríamos para o local, com o conselho de anciãos.
Cumprimos e levámos a pic-up cheia. Era o Régulo e mais 5 pessoas, homens e mulheres.
No local reuni-mo-nos em círculo, eu e o João incluídos e lá estivemos mais de meia-hora numa reza em língua local (macúa).
Ficámos com a nossa consciência tranquila perante a sociedade local mas... nunca encontrámos água!
Todavia, se o Benfica e o Porto quiserem, posso fornecer o número do Régulo de Nacala-a-Velha... sempre sai mais barato!
Aqui fica a prova com a foto possível na altura.


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