quarta-feira, 2 de abril de 2008

O APITO FINAL

Não poderia haver dia melhor para quem gosta de desporto, que o dia em que o futebol, finalmente, decide investigar as fortes suspeitas de corrupção que grassam no seu seio.
Parecia mentira de 1º de Abril mas não era. Era notícia de capa dos três diários desportivos e nota de muito relevo em toda a restante imprensa. A justiça desportiva chamou-lhe “Apito Final” e enviou notas de culpa ao Boavista e ao Porto na sequência de alegadas suspeitas de tráfico de influências em benefício próprio.
Convenhamos que já era por demais exigível a disciplina da Liga e da Federação terem a coragem de afrontar os senhores do sistema. Claro que é compreensível que há que reunir provas, o que nem sempre é muito fácil.
Assim que se tocou na ferida, logo se despertaram as consciências e por essa Europa, finalmente Portugal foi notícia, pois não é fácil conseguir ler sobre o nosso país no estrangeiro. Pena é que tenha que ser sobre coisas menos abonatórias. Mas também, se a Itália pode ter corrupção, a Espanha de Gil y Gil ou a França de Tapie também já lá andaram por perto, nem nos ficava bem estarmos de fora.
Mas aqui, mérito aos intervenientes que sempre conseguiram fazer o serviço sem deixar rasto visível e por onde se lhe pudesse pegar. Fala-se no assunto há mais de 3 anos, está em andamento na justiça e só agora chegou aos meandros do futebol. Louve-se!
Agora é de esperar que não falte a coragem ao “Baltazar Garzon” português que está no comando do processo e que o leve célere até às últimas consequências. Doa a quem doer.
Há que investigar tudo e punir todos os que se envolveram ou se deixaram envolver. Não nos podemos esquecer que para haver beneficiados teve que haver prejudicados.
Não se pode branquear quem, com vitórias conseguidas de forma fraudulenta, atingiu patamares que valeram muito dinheiro, que poderia estar destinado a outros.
Há que pensar que o crescimento do estatuto nacional ou internacional poderia não ser devido.
Não basta ser recebido pelo Papa para se ser católico. É-o quem tem fé e cumpre com os ensinamentos da Igreja e não prejudica o próximo em seu benefício.
Quero com isto dizer que não é sério quem diz que é, mas sim quem prova que não cometeu irregularidades.
Volto aqui à minha velha máxima de que não se é mais sério porque se fala mais alto ou porque não se deixa os outros falar. Assim, apenas se é mal-educado e arrogante. Normalmente assume-se esta posição porque se dar um ar de se estar acima da lei.
Era bom que, de uma vez por todas, neste país, se demonstrasse que não há ninguém acima da lei e que quem realmente cometeu ilícitos seja punido, sem medo!
Será que do lado dos bons há tom…?

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