segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Transparência

À mulher de César não basta ser séria, tem que parecer séria.
É uma máxima muito antiga com toda a actualidade. Há alguns anos que se ouve dizer que o nosso futebol anda a bater no fundo, mas por cada ano que passa esse fundo cada vez está mais longe. Quase que faz lembra o petróleo que todos os dias bate recordes históricos. E quem paga, o Zé, claro!
Mas centremo-nos no futebol que é o nosso objecto e onde não param de acontecer peripécias que entristecem e empobrecem a modalidade.
Eu próprio, que sou, como é notório, um adepto atento, que tento acompanhar tudo, começo a ficar sem vontade de perder, disse bem, perder tempo a ver jogos. Os nossos clubes estão empobrecidos, trocam bons jogadores por outros de menor valia e como consequência directa os espectáculos baixam de qualidade. Acrescido a esta baixa está o facto da arbitragem estar cada vez ser menos credível, embora que muito mais moderna. Agora têm auriculares, falam antes dos jogos, pedem desculpas depois, mas os prejudicados são sempre os mesmos.
Para não entrar em detalhes do derby Benfica – Sporting, falo apenas no Estrela – Benfica, onde o árbitro assistente transformou em penálti uma bola que bateu na cabeça de um jogador do Estrela.
Não restam dúvidas que esse assistente quando o fez foi porque achou que a bola teria batido na mão do defesa. Que é que se pode fazer perante esta situação? Os árbitros sempre foram os juízes em campo e nunca tiveram quaisquer ajudas para além do que viam. Mas hoje as televisões dão 10 repetições do mesmo lance de ângulos diferentes, por isso, das duas, uma. Ou voltamos à moda antiga e se proíbem as repetições ou damos condições a quem dirige os jogos para que erre menos. E não podemos ser autistas. Não podemos renegar o progresso. Os altos dirigentes alegam que não querem desvirtuar o espírito centenário do futebol, só que eles têm que considerar que, com o progresso, esse espírito já se encontra desvirtuado. Não faz sentido que hoje se fique a saber no próprio momento que uma bola entrou na baliza e que isso não pode ser transmitido a quem anda dentro do campo, não permitindo que os golos contem. Muito menos sentido faz saber-se que o não sancionamento desse golo pode trazer graves prejuízos desportivos e financeiros à equipa lesada. Senão vejamos o caso do jogo que estávamos a analisar. Os benfiquistas com quem falei foram unânimes em dizer que esta taça não tem interesse e que até podiam ter perdido. Pois para o Estrela não era assim, pois esta competição era mais uma fonte de receita importante para um clube que luta com dificuldades no dia a dia. E essas receitas extra podem ter sido anuladas com esta má decisão. Imaginemos agora a alternativa. O árbitro posto perante a situação de ter que assinalar um penálti que não tem a certeza de ter sido cometido, pede ao 4º árbitro que está num posto onde tem um monitor para visualizar as repetições e conclui que não é falta, comunica isso ao seu chefe de equipa e todos saem em bem.
Numa das minhas crónicas anteriores já aqui dei vários exemplos do rugby onde esta e outras coisas que se adoptaram poderiam, e deveriam ser seguidas.
A quem serve um futebol de mentira?

Já há umas semanas que não falo do Brasileirão, muito pelo desinteresse causado pelo destacamento do São Paulo que vai na frente com 12 pontos de avanço sobre o Cruzeiro, que tem junto a si o Grémio e o Santos.
Curioso é que entre a linha de água e o 6º classificado distam apenas 10 pontos que são recuperáveis num campeonato tão competitivo.
Na lanterna vai ainda e sempre o “meu” América, já sem hipóteses. O Juventude, o histórico Corinthians e o Atlético Mineiro ainda podem salvar-se.

1 comentário:

Anónimo disse...

Se os teus e-mails eram uma merda, com este blog bateste todos os records. Dedica-te à pesca.