segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Emigração no Futebol

A situação económica de um país vê-se por um conjunto de factores, todos eles importantes para a análise. Um deles é a sua capacidade de manter a população sem que tenha necessidade de emigrar.
O povo português, como é reconhecido através da história, é muito aventureiro e gosta de partir à descoberta de novos mundos e novas culturas, o que, associado às dificuldades financeiras que o país atravessa, é a combinação ideal para se emigrar.
Há períodos na história em que o fenómeno se deu com mais intensidade e por zonas. Ora para as quase vizinhas França e Alemanha, ora para as longínquas Venezuela, Brasil e Austrália. Tudo países onde as colónias de emigrantes são muito vastas.
Nada disto é uma novidade para nós, apesar de ser um fenómeno que esteve estagnado há alguns anos, em que passámos, inclusivamente, a ser receptores, sobretudo de cidadãos de leste.
Recentemente voltou-se a procurar outros destinos para ganhar a vida, sendo Espanha um local apetecível, pela língua e proximidade, mas também os países de língua oficial portuguesa, sobretudo Angola um “el dorado” em franco desenvolvimento.
Mas aquilo que hoje me faz falar deste assunto é a avassaladora debandada de jogadores de futebol para o Chipre. Um pequeno país a sul da Turquia, no Mar Mediterrâneo, geograficamente localizado na Ásia, mas naturalmente integrado na Europa, estando na União Europeia e sendo um dos países aderentes do Euro.
Neste momento serão perto de duas dezenas os jogadores portugueses a actuar nos clubes cipriotas. Apoel, Anartosis, Omonia ou mesmo o desconhecido Alki de Larnaca contam com jogadores lusos nas suas formações.
Um campeonato menor mas que, com outra organização e capacidades financeiras bem melhores que as de cá, atrai jogadores, na sua maior parte em final de carreira.
A razão é sempre a mesma que leva qualquer cidadão a emigrar. Ganhar mais dinheiro!
E no Chipre pouco mais poderá atrair jogadores como Chainho ou Ricardo Sousa que os Euros que dali poderão trazer e que, dificilmente, já poderiam ganhar por cá. Não só porque o seu valor baixa mas também pelas dificuldades que atravessam os clubes em Portugal, estando muitos, de novo, com vencimentos em atraso e sem perspectivas de regularização.
Para uma Liga de fraca expressão, estes jogadores ainda são uma mais valia face à sua experiência acumulada por passagens em emblemas de maior dimensão, em Portugal e noutros países.
Atrás destes e sempre pelas reconhecidas capacidades de trabalho dos cidadãos lusos, vêm os mais jovens, com valor que por cá não lhes é reconhecido e que por lá sobressaem dos locais.
No final, todos ganham. Os jogadores pelas razões já enunciadas e os clubes bem como a própria Liga pela experiência que estes para aí transportam, melhorando o nível de competitividade.
Não será de estranhar que os clubes locais comecem a ter maior destaque nas competições europeias. Não para grandes voos, mas pelo menos para deixarem de ser bombos da festa.
Lá diz o povo que no aproveitar é que está o ganho!

Destaques

EM JOGO


Simos Vukcevic chegou a Portugal com rótulo de bom jogador mas sem créditos firmados. Jovem, habilidoso, possante e esclarecido, tem vindo a afirmar-se lentamente num Sporting muito necessitado de quem o empurre. Ao mesmo tempo está a transformar-se num goleador e está a saber cair nas boas graças dos adeptos, comemorando com eles os golos que faz.
Parece que está a despontar por ali um bom jogador.


É Sérvio e chama-se Novak Djokovic. Venceu este fim-de-semana o Open de Ténis da Austrália. Cometeu o feito de deixar pelo caminho o incontestado Nº1 mundial, Roger Federer e de bater Jo-Wilfried Tsonga na final.
É também o campeão em título do Estoril Open e mostrou-se, nessa altura, um fervoroso adepto do nosso país e do Benfica.
É, por estas razões também, um motivo de satisfação para Portugal que esteja a tão bom nível mundial.
Esperamo-lo, de novo, este ano no Estoril onde pode voltar a encontrar Federer.
Boas razões para o nosso open vir a ser de grande visibilidade.


O Rei Eusébio fez 66 anos. Os nossos parabéns e votos de que se mantenha connosco por muitos anos e com boa saúde.


EM LINHA

Será que este é o ano de Angola?
Está no CAN (Taça de Africa das Nações) com muito poder e ilusão. Estreou-se com um empate frente à sempre difícil África do Sul e no segundo jogo bateu o Senegal por um expressivo 3-1, com dois golos do colega de Ronaldo no Manchester, Manucho (nº 23 da foto).
Uma equipa muito forte, recheada de jogadores que actuam em bons clubes europeus, já com a experiência adquirida no campeonato do mundo e muito bem orientada por Oliveira Gonçalves, perfila-se este ano como um potencial vencedor deste campeonato africano.
Seria uma festa imensa, não só por lá, mas por cá também, com toda a comunidade angolana e os seus amigos.

FORA DE JOGO


Mantenho Quaresma na mesma posição da semana passada.
Fica nesta posição intermédia porque o seu futebol continua a dar alguma alegria à equipa, mas não está com o fulgor de há bem pouco tempo. Há quem diga que muitas coisas se passam na cabeça do jogador. Muitos aliciamentos, muitos chamamentos…
Depois porque se mantém irreverente. O treinador precisava fazer alguma coisa e optou por ele. Tem que ter capacidade para entender isso e deixar de atirar garrafas de água sempre que sai. Não fica bem a um jogador tão mediático.

NO BANCO


Helton não ficou bem na fotografia do primeiro golo do Sporting, situação que acontece aos melhores, mas não soube assumi-lo com a frontalidade que deveria, dizendo, inclusivamente, que os adeptos é que não percebem nada disso e que a defesa era difícil.
Pois sim, tem razão, a defesa era difícil para qualquer comum leitor destas linhas mas para o titular da baliza do Porto e alternante na gol da canarinha, esta tem que ser uma defesa possível e obrigatória. Quem defende estas são os bons e não os outros.
Continuo a tê-lo como um dos melhores. Só acho que não lhe ficaram bem as declarações e só por isso fica No Banco.

NA BANCADA


Um saltinho até Espanha para colocar Ronal Koeman Na Bancada.
Chegou ao Valência com a equipa em dificuldades e logo começou a caça às bruxas, com o afastamento de jogadores que por lá andavam há muitos anos.
Os resultados teimam em não aparecer e já vai no 10º lugar depois de perder em casa com o Almeria.
A sua popularidade não é, obviamente, a melhor. Deveria, primeiro, ter apresentado resultados e então sim, efectuado as alterações que pretendia. Da forma como o fez, não ganhando, tem um Mestalla todo contra ele.
A arrogância acaba sempre por ter custos. Vamos ver quanto tempo mais vai aguentar.

Blog da semana

Hoje falamos do blog Camisola 10:

http://www.camisola10.com/

Não é um blog mas sim um site. A diferença? Nenhuma! E que descoberta tão interessante esta semana. Uma página que é simultaneamente um jornal e uma televisão.
Aqui podemos encontrar toda a informação desportiva actualizada com um excelente grafismo e até, diga-se em abono da verdade, com muita beleza estética.
Em primeiro plano a actualidade mais importante do dia com fotos de grande formato que vão passando.
Logo abaixo, outros destaques com fotos alusivas e assuntos variados, sem fotografia.
Tem espaços de opinião, curiosamente dada por senhoras e no final da página tem as notícias diárias, em formato de vídeo, também com apresentadoras femininas.
Este, não vou guardar nos favoritos junto aos blogs mas sim no separador dos jornais desportivos.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Xadrez do futebol

Há muitos anos que o futebol português é falado pelos, cada vez menos, adeptos, pelas piores razões. Sempre foi tema de conversa que havia favores a clubes por parte de árbitros e de dirigentes de altas instâncias.
Por muito pouco que ainda tenha acontecido no célebre Apito Dourado, já deu para perceber que algo está a acontecer. Digo a acontecer porque, na verdade, não me parece que esteja a mudar.
O afastamento de dirigentes directamente relacionados com as investigações judiciárias tem provocado algum descontrole em clubes que vinham claramente sendo favorecidos. Que se diga isto de forma aberta e sem preconceitos, pois é aquilo que o povo fala na rua diariamente. E é uma verdade inequívoca. O povo nunca se engana.
Vejamos um exemplo flagrante. O Boavista, que nos tempos áureos chegou a campeão, logo que a estrutura abanou não se conseguiu manter estável.
João Loureiro, com uma gestão altamente criticável e duvidosa abandonou o clube de forma pouco clara. Diz-se que tentou deixar no seu lugar alguém que não levantaria muitas suspeitas e abafaria algumas ilegalidades, mas consta-se também que Joaquim Teixeira, ao sentir-se traído, por encontrar o clube numa situação muito para além do que lhe havia sido contado, não terá gostado e que agora, daqui em diante, se prepara para meter ordem e lei na casa, custe a quem custar. E era muito importante que os dirigentes fossem responsabilizados directa e pessoalmente. Não por resultados desportivos, pois aí não deveriam ter responsabilidade, mas por má gestão administrativa, sobretudo se esta for danosa para a instituição e muitas vezes a coberto de muitos compadrios e situações menos lícitas.
Na direcção do actual presidente ficaram três homens conotados com o clã Loureiro de há largos anos que, agora, instados a responder sobre situações passadas em direcções anteriores, das quais fizeram parte, responderam da maneira mais cobarde, pedindo a demissão. Talvez para não terem que assumir ou terem que desmascarar alguém por decisões menos correctas.
Mas como neste país, parece que quem fala mais alto ainda é quem tem mais razão, talvez o filho venha fazer como o pai e se ponha aos gritos nas televisões, clamando por uma inocência na qual ninguém acredita, tantas são as histórias menos claras que se conhecem, sempre com os mesmos intervenientes.
Neste últimos anos uma das melhores situações que podiam ter acontecido a esta família foi todo o enfoque que foi dado a Pinto da Costa. Parecia ser este o único inimigo dos adeptos portugueses de futebol. Enquanto todos se preocupavam com o Papa, o Major e seus discípulos iam fazendo as tramóias necessárias para subir a qualquer preço.
Já poucos se lembrarão de quando o Vitória de Setúbal foi campeão nacional de juniores e depois na secretaria perdeu, precisamente para o Boavista.
Poucos se lembrarão da forma como o Guimarães passou dois anos na corda bamba tendo acabando por descer de divisão. Com quem eram as principais rivalidades? Com o Boavista. No ano em que foi campeão, foram ficando dúvidas em muitos jogos, mas como não se imaginava que conseguissem chegar ao final vitoriosos, foi-se desvalorizando. Não se deveria tê-lo feito.
Em suma, Joaquim Teixeira tem um trabalho muito árduo para conseguir trazer de volta a dignidade ao clube do xadrez. Consta-se que por cada problema que resolve aparecem mais dois. Não há quem resista.
Espera-se que tenha estofo e que o Boavista volte ao lugar que merece, de clube respeitado, a disputar lugares por direito próprio e não com subterfúgios e falsidades.

Destaques

EM JOGO


João Rodrigues sagrou-se esta semana vice-campeão mundial de classe RS:X, também conhecida como prancha olímpica e vulgarmente designado como windsurf.
O madeirense é sempre um forte candidato aos primeiros lugares e mais uma vez não deixou os seus créditos por mão alheias, arrecadando a prata, atrás do maior favorito, que competia em casa, o neozelandês Tom Ashley.
Com os Jogos a aproximarem-se crescem as ilusões quanto à possibilidade de mais uma medalha para o nosso país.
Esperemos que possa acontecer.

EM LINHA


Chama-se Álvaro Parente, foi o vencedor da World Series by Renault da temporada transacta e por isso ganhou o direito a uma sessão de testes com a equipa de Fórmula 1 da equipa francesa. Isso aconteceu este fim-de-semana em Jerez de la Frontera e as reacções foram as melhores por parte dos engenheiros, responsáveis da marca, que chegaram mesmo a comparar a sua estreia com as de Alonso e mesmo Michael Schumacher.
De pés bem assentes no chão, o português demonstrou humildade e disse que iria aproveitar aquela experiência e tentar evoluir ainda mais para os desafios que agora virão nas novas competições.
Quanto ao sonho de chegar à prova rainha do automobilismo mundial parece saber que não é fácil para alguém que é oriundo de Portugal, onde não há empresas de nível mundial que possam apostar em aparecer no Circo.
Talvez não venha a passar de mais um valor que vai passar ao lado de uma grande carreira por ter nascido neste jardim à beira mar plantado.


FORA DE JOGO


O génio continua polémico!
Quaresma no final do jogo contra o Desportivo das Aves, onde voltou a ser assobiado, fez transparecer o seu desagrado quanto aos associados do Porto e deixou no ar a possibilidade de sair no final da época. As declarações são um desabafo de um jogador que não tem margem de erro no Dragão. Ou é genial ou, se não o é, é de imediato assobiado. Mostra-se farto da situação e disse que, brevemente, os associados deixarão de ter o problema de o verem, pois está a terminar a época.
Ora, parece-me que Quaresma se precipitou, porque embora saibamos que dificilmente ficará, ainda falta meia época para que a Liga termine, mais Liga dos Campeões e Taça de Portugal. Ainda são muitos jogos em casa e da forma como as coisas têm corrido, só poderão piorar.
Vamos ver se o seu temperamento tem estofo para aguentar o que ainda falta.

NO BANCO


A SAD despede o director desportivo, este empurra as culpas para o presidente que, por sua vez, se demite sendo acompanhado por toda a administração.
Um terramoto que assolou os Belenenses, muito penalizador em termos desportivos numa época que vinha sendo muito positiva, sendo que se há aqui quem não tenha culpa é mesmo a estrutura do futebol, que tem cumprido muito bem a sua parte.
As consequências de tudo isto só se verão a médio prazo pois os eventuais 6 pontos que serão retirados, sendo penalizadores, não são cruciais. As feridas na administração e no clube é que podem demorar a sarar e vir a prejudicar a equipa. Esperemos que não!

NA BANCADA



Fala-se nos “mentideros” do futebol que Carlos Freitas, que ainda nem saiu do Sporting, só o fará no final do mês, já tem um acordo para se transferir para o também Sporting, mas de Braga. Será verdade?
Seja ou não, depois de se demitir por força da contestação dos adeptos, cremos que já não teria legitimidade para formalizar contratações de origem duvidosa e que não são mais-valias seguras para o clube de Alvalade, quando nem se percebeu ainda se o jogador veio a custo zero ou se houve lugar ao pagamento de uma verba, que ao que parece é apenas por metade do passe...
Se nos próximos 6 meses ingressar no clube dos arcebispos, confirma-se aquilo que agora se ouve e mais criticáveis serão as decisões que ainda vai tomando, mas aqui a responsabilidade já recai é sobre a restante administração da SAD que lhe permite continuar em funções.

Blog da semana

Hoje falamos do blog 4-4-2:

http://quatroquatrodois.blogspot.com/

Este é o desenho de uma das tácticas mais usadas no futebol e por isso serve de tema e mote a um blog com presença.
Temas abordados com frontalidade. Posts “curtos e grossos” onde não há pejo de abordar os temas com clareza.
Como exemplo deixo aqui uma simples frase que é muito elucidativa e que mostra como escrever pode ser fácil quando se tem essa capacidade. Dizem sobre as primeiras contratações dos três grandes:
Sepsi, Tiuí e Barbosa. A melhor notícia vem do Porto, para ajudar ainda mais à festa.
Tem a decorrer um concurso curioso que chamaram de Liga Zandinga, homenagem ao “bruxo” de Guimarães e que põe os leitores a adivinhar o que se vai passando no campeonato em diversas frentes.
Trata-se de um blog com graça, que aborda os assuntos de forma descontraída, mas sem deixar de o fazer de forma séria.
Parece ter origens para os lados de Guimarães mas não é assumido.
Interessante.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Vencedores e Malditos

Em todos os países parecem haver equipas talhadas para o sucesso e outras que quase se podem apelidar de malditas.
Umas têm carisma vitorioso, são eternos candidatos a ganhar e a andar nos altos patamares, não só a nível interno como também além fronteiras.
Outras parece que, por muito que se esforcem, contratem e lutem, nunca conseguem solidificar processos de vitória.
Se em Portugal temos um Porto que nos últimos vinte anos se tornou um indiscutível ganhador por cá e por esse mundo, já o Sporting não consegue desfazer-se do estigma da equipa derrotada. Nas alturas decisivas falha sempre. Nos momentos em que é preciso ultrapassar o medo e os nervos, tudo fica hirto e nada sai.
Ainda no nosso país, o Benfica está no meio, sem perceber para que lado cai e se não se acautelar, rapidamente pode ficar como os seus vizinhos da Segunda Circular, pois o habito de ganhar parece andar arredado da Luz e para se recuperar não é fácil.
Se daqui formos para Espanha, de forma mais alargada temos dois eternos ganhadores, o Real Madrid e o Barcelona, que vão alternando entre si a disputa dos títulos, embora os brancos levem vantagem nessa contagem.
Já a equipa maldita é o Atlético de Madrid. E se dúvidas houvessem bastava tomar-se este ano como exemplo em que foram feitas contratações de grande monta, com Simão e Reyes à cabeça, mas em que também aparece Maniche, Motta e Luis Garcia, que se juntaram a Maxi Rodrigues, Aguero e Forlan.
Parece que havia tudo para dar certo, mas assim não acontece. Não há a confiança de uma equipa ganhadora, de uma equipa de top.
O mesmo se passa em França com o Marselha ou o Paris Saint Germain, por contraponto com o Olympique Lyonnais que se tornou no vencedor crónico.
Aqui o caso é ainda mais curioso, pois os de Marselha na sua época áurea, em que pareciam estar a cotar-se como ganhadores e chegaram mesmo a ganhar a então Taça dos Campeões, foram dela desapossados por irregularidades provocadas pelo seu presidente da altura, o Sr. Bérnard Tapie. Desde então que nunca mais se conseguiu impor como um clube ganhador.
Na Holanda comandam o Ajax e o PSV, com um Feyenord à espreita de um ano em que ambos estejam mal para poder ter uma alegria.
Em Itália, os clubes ganhadores até há duas épocas eram o AC Milan e a Juventus, ficando o Inter de Milão sempre com as sobras. Com os escândalos que aconteceram e que relegaram os de Turim para a Série B e que fizeram os Rossoneri partir com pontuação negativa, os Nerazurro ganharam ânimo e estão como ganhadores. Quem sabe se este incentivo não foi um ponto de viragem para a equipa de Luis Figo, Pelé e agora Maniche, acabado de transitar de Madrid.
O Bayern de Munique é o clube ganhador por excelência na Alemanha, secundado por um conjunto de equipas que espreitam uma época menos boa para tentar lá chegar. Ora o Borussia Dortmund, ora o Stugarda. Lá vai o tempo em que também o Colónia entrava nestas contas, estando agora desaparecido destas andanças.
Em Inglaterra também há os ganhadores Manchester, Liverpool e Arsenal estando o Newcastle e o Tottenham do outro lado dos resultados e sempre à espreita de uma possibilidade, mas que tardam em aparecer.
Já o Chelsea teve uma arremetida que parece ir ficar por aqui em termos de vitórias.
Não entram nestas contas a Escócia onde só há dois clubes com um mínimo de condições para lutar pela vitória e que decidem o caso entre eles, a Bélgica, onde muito se alterna depois do abaixamento do Anderlecht que também chegou a ser um crónico ganhador.
Como é curioso o fenómeno futebolístico que se repete ciclicamente nos países em que é este o desporto de eleição do povo.

Destaques

EM JOGO


Já pensei deixar de me repetir, mas ele não me dá hipótese! Ele marca golos que se farta. Ele marca 3 golos num só jogo e na Premier League, onde não é fácil. Ele é o jogador mais falado do mundo. Ele põe a sua equipa a jogar com uma alegria excitante. Ele marca de bola corrida, de cabeça, de bola parada ou de qualquer outra maneira. E agora até ganha ao carro mais rápido do mundo…
É Português e para nós, é, sem dúvida, o melhor jogador do mundo.


A União já não é última, graças à primeira vitória fora de portas, com o mérito acrescido de ter sido em casa do segundo classificado, o Oliveira do Bairro.
Numa só jornada subiu dois lugares na classificação, os níveis de confiança estão a subir e melhores dias se esperam.
Com o crescimento da equipa surgiu o interesse que parece já ter sido concretizado em termos definitivos, sobre o jogador Márcio Sousa por parte do Deportivo la Coruña. Uma grande oportunidade para o jogador e que não deixa de ser prestigiante para o clube, certamente com uma boa receita, embora não deixe de desfalcar a equipa.

EM LINHA


Um caso sério!
Com pezinhos de lã, ou talvez não, o Vitória de Guimarães já é terceiro na liga e ameaça os de Lisboa na luta de acesso à Champions.
Esta semana foi ganhar onde os outros não conseguiram. O seu homónimo de Setúbal tem sido um osso duro, mas caiu perante um Guimarães com a moral em alta e uma orientação de primeira de um Cajuda cada vez mais maduro e dentro do prazo.
Vamos ver até onde consegue ir.

FORA DE JOGO


Era onde deveria ter ficado Meyong. Fora de jogo.
Agora já jogou e como também já o havia feito pelo Levante e pelo Albacete, o Belenenses infringiu as regras da FIFA e sujeita-se à mais que certa sanção de derrota no jogo em que o jogador alinhou e mais três pontos retirados a título de castigo.
Um erro grave do departamento de futebol do Restelo!
Não deixam de ser também criticáveis as posições da Liga e da Federação que lavam as mãos como Pilatos quando deveriam estar atentas a estas situações e alertar o clube para a irregularidade, da mesma forma que da Polícia não esperamos que nos multe, mas que nos oriente e organize, estas entidades poderiam e deveriam existir para ajudar, ter as competições dentro daquilo que os regulamentos exigem e não para castigar e, muito provavelmente virem a aplicar coimas para rechear ainda mais os seus cofres.

NO BANCO


Paulo Bento não consegue desfazer a malapata que acompanha o Sporting esta época.
Mas também parece que não tem muita vontade de o fazer, pois pouco ou nada muda.
Continua com opções questionáveis e duvidosas de jogadores que insistem em não provar mas que estão de pedra e cal.
Pereirinha, Farnerud, Rony e mesmo Izmailov.
Gostava de conseguir entender o que vê PB no sueco que teima em por em jogo e cujo rendimento é nulo.
Pereirinha é fruto da academia, mas não parece que seja do melhor que já de lá saiu, sobretudo enquanto continuar a demonstrar ser um jogador triste e sem garra.
Celcinho não é opção porquê? Se não tinha qualidade porque entrou no plantel? Para fazer o jeito a alguém?
Adrien tem demonstrado ter lugar no meio campo. Porque não se fazem alterações e se lhe dá uma oportunidade? Miguel Veloso já tem lugar cativo? Não o deveria ter, sobretudo quando está muito abaixo das suas exibições de há poucos meses.
Se Paulo Bento não consegue mudar, se calhar tem que ser mudado…

NA BANCADA



Domingos está esta semana na bancada porque, ele próprio se deve estar questionando porque razão não tentou ganhar ao Sporting esta semana.
Montou uma estratégia de ferrolho que se estava a ver que, mais cedo ou mais tarde, mesmo um Leão ferido acabaria por conseguir morder.
Só depois do golo de Tonel deixou os jogadores partirem em busca do golo e contentou-se com um empate.
Até poderia ter perdido tentando ganhar, mas seguramente os seus adeptos teriam ficado mais satisfeitos.
Pouca ambição!

Blog da semana

Hoje falamos do blog Mundo Ultra:

https://www.blogger.com/blogin.g?blogspotURL=http%3A%2F%2Fmundo-ultra.blogspot.com%2F&pli=1

Andava eu na minha habitual busca de novos blogs no universo da blogosfera e deparei-me com uma chamada para uma página denominada Mundo Ultra. Como também me é um tema caro, que já abordei diversas vezes nas minhas crónicas, decidi dar uma espreitadela.
Surpresa total… Deparei-me com um blog de acesso restrito a leitores convidados. Pelo menos é assim que diz no cabeçalho e pensei para mim que isto no mínimo é estranho. Porque razão um espaço de opinião é fechado a membros? Que terão a esconder? Porque não quererão compartilhar os seus escritos com a comunidade?
Eu nos meus blogs ou nas minhas crónicas gosto de ser lido e não apenas por quem gosta de mim ou por quem está de acordo comigo. Também pelos que não estão. E que pena que eu tenho que não sejam mais aqueles que me escrevem apresentando as suas discordâncias. Poderíamos trocar opiniões, afinal é da discussão que sai a luz.
Quando se restringe um espaço a alguém que só pode pensar de forma igual, algo vai mal.
Desculpem os leitores hoje não ter trazido um blog, mas tinha que deixar a minha opinião sobre um assunto que me deixa sempre perturbado no mundo do futebol, o pseudo “Mundo Ultra”.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Dakar... de má memória

Era cerca de meio-dia da passada sexta-feira quando fiz uma consulta rápida aos jornais desportivos on-line e li que tinha sido cancelado o Lisboa – Dakar.
De imediato liguei a rádio e já não se falava noutra coisa. Uma das provas mais mediáticas do mundo do desporto havia sido anulada por causa de uma ameaça terrorista, que até hoje ainda ninguém sabe muito bem se existiu ou não e por parte de quem.
Logo depois começaram as entrevistas. Uns, os autarcas e políticos, mais preocupados com tudo aquilo que se iria deixar de ganhar, em termos financeiros. Outros, os participantes, desiludidos e arrasados, por todo um ano de preparação, em vão.
Se é perfeitamente compreensível haver desilusões por percas face a uma expectativa e uma aposta no turismo, graças à massa humana que se desloca com as comitivas da prova e ao muito público que se desloca, mais compreensível é a desilusão de quem dedicou um ano a uma prova de 15 dias, que à própria da hora acaba sem ter começado.
São milhares de euros investidos num veículo para participar. São milhares de euros gastos na preparação desse veículo. São milhares de euros dispendidos em meses de treinos e provas de preparação. São milhares de euros na deslocação de viaturas e pessoal de assistência. São milhares de euros gastos na sua repatriação. Não falamos aqui da inscrição, pois essa é a única que será devolvida. O somatório de todos estes milhares de euros, que em alguns casos serão milhões, é uma cifra demasiado grande para ser quantificável.
Se agora pensarmos que os patrocinadores iriam investir numa prova que agora deixou de haver e poderão não vir a pagar, quem vai cobrir todo este prejuízo?
E pensemos também naqueles pilotos que levam a competição a sério e que nada mais fizeram ao longo de todo o ano senão preparar-se para esta prova, abdicando de campeonatos nacionais, eventos internacionais e competições diversas e que mesmo a chegarem à praia vêm o mar a fugir-lhes para bem longe.
Quem cobre estes prejuízos invisíveis?
O Dakar existe há quase 30 anos e sempre existiram perigos. No seu início, se calhar, sem ameaças terroristas, haviam mais probabilidades de desaparecerem e de morrerem pilotos que agora. Não havia GPS’s nem localizadores por satélite, ou mesmo a facilidade de meios de evacuação como há presentemente.
Com 30 anos de experiência era também exigida à organização que estivesse precavida para semelhante situação e tivesse capacidade de criar alternativas em tempo para que a prova não fosse radicalmente anulada.
Era imperioso antever dificuldades e que não houvesse mais de metade das etapas a serem corridas dentro de um país que sempre foi problemático.
Tudo isto fez com que o Dakar nunca mais venha a ser o mesmo. Nenhum piloto poderá mais voltar a apostar um ano seu numa prova que pode não vir a acontecer. Já foi anulada uma vez, poderá voltar a sê-lo.
Não são ainda conhecidos os resultados das negociações entre as partes organizadoras. A direcção da corrida, João Lagos como organizador em Portugal, os patrocinadores principais e os governos. É natural que ninguém queira perder mais uma organização, por todo o mediatismo e retorno financeiro, mas desta feita terá que existir outro grau de segurança para quem investe e isso passa, talvez, por mais segurança no terreno e muito diálogo ao longo do ano com todas as partes.
Foi, sem dúvida, mais uma vitória do terrorismo no mundo. Esta, felizmente sem mortos, mas com muitas e graves consequências. Como se devem estar a rir…

Destaques

EM JOGO



O F. C. Porto termina a primeira volta com 9 pontos de avanço do segundo classificado, de forma segura e firme.
Enquanto os adversários mais directos não conseguem dar segurança aos adeptos, que sempre estão à espera que os adversários marquem, o Porto joga sempre de uma forma consistente e, apesar dos assobios, o público tem confiança na equipa, apenas gostava que jogasse um pouco mais bonito.
Embora ninguém o vá assumir, parece que as faixas já estão entregues. É uma pena que o campeonato acabe ao fim de metade das suas jornadas.

EM LINHA



Diego passou por Portugal sem honra nem glória. Apesar das credenciais que trazia de grande jogador, nunca se conseguiu impor lá para os lados do Dragão e nunca foi aposta séria das equipas técnicas.
Saiu para a Alemanha para alívio de alguns e desde a sua chegada que se afirmou como o líder do Werder Bremen. Foi campeão, eleito o melhor jogador de 2006.
Manteve a sua fasquia de jogo ao mais alto nível, sempre com críticas altamente favoráveis, passou a ser um dos indiscutíveis de Dunga na canarinha e voltou a ser eleito este ano, pelos seus colegas jogadores da Bundesliga, como o melhor entre eles.
Afinal o Porto também erra nas opções…

FORA DE JOGO



À hora que escrevo estas linhas chegou a notícia, ainda não confirmada pelo Sporting, da demissão do administrador da SAD, Carlos Freitas.
Alguns anos à frente do futebol leonino, Freitas foi o principal responsável pelas contratações efectuadas para a equipa.
A maioria dos sportinguistas acha que o administrador terá sido o responsável por tudo de mau que aconteceu à equipa nos últimos dois anos. Então e o que aconteceu de bom é responsabilidade de quem?
Fez más contratações. É indiscutível! Então e as boas?...
Fez maus negócios! Então e os bons, são responsabilidade de quem?
O povo tem esta facilidade de arranjar bodes expiatórios para tudo quanto de mau acontece, esquecendo-se de atribuir os justos reconhecimentos pelo bom, quando este é proporcionado por alguém que não caiu nas boas graças.
A Carlos Freitas há um crítica que se pode fazer e que recai no facto de não proteger e ao mesmo tempo promover a sua imagem. Sempre calado e quase escondido tornou-se um alvo fácil às críticas.
Sai sem glória mas com inegável mérito.

NO BANCO



Não foi bonito o que se passou com Luisão e Katsouranis em Setúbal no passado sábado. Uma pega feia e quase violenta que nos deixa transparecer que algo mais se terá passado já entre os dois jogadores. Não seria só porque o Grego não cortou uma jogada que haveria tamanha discussão.
O miúdo David Luís é que acabou por ser o mais maduro e impediu males maiores.
Mérito para a atitude de coragem de Camacho que tirou os dois jogadores mesmo sabendo que iria prejudicar o futebol da equipa e pôr o resultado em risco.
Quanto aos atletas, podem agora vir dizer que sempre houve desentendimentos entre jogadores, mas já não podem dizer nada quanto ao prejuízo que causaram, pelo que, mais não lhes resta, que serem castigados.

NA BANCADA



Coloquei propositadamente o logótipo do Dakar do ano passado, pois o deste ano não tem sentido, afinal não houve Dakar…
Inadmissível não haver precauções, premonições, suposições e outras coisas acabadas em “ões” e sobretudo alternativas!
Mais desenvolvimentos no “Ponta da Lança”.

Blog da semana

Hoje falamos do blog Futebol Negócios:

http://www.futebolnegocios.com/

A este não acredito que alguém resista. Não se trata exactamente de um blog, mas sim de uma página normal, tipo site e o tema é precisamente o que o nome sugere. Os negócios que estão envolvidos no mundo do futebol. Os dinheiros que se pagam, os vencimentos dos jogadores, na Europa e noutras paragens. Aqui se pode ficar a saber que, neste momento é Cristiano Ronaldo o jogador que tem o mais alto rendimento mensal do mundo, suplantando muitos craques dos maiores clubes da Europa e resto do mundo, apenas sendo ultrapassado por David Beckam graças aos milionários contratos de publicidade que este detém.
Pode também ler-se que o líder mundial de agentes FIFA é a empresa portuguesa Gestifute de Jorge Mendes.
Há muitos pontos interessantes para consultar esta página, bem diferente do que aqui temos vindo a divulgar.