Em todos os países parecem haver equipas talhadas para o sucesso e outras que quase se podem apelidar de malditas.
Umas têm carisma vitorioso, são eternos candidatos a ganhar e a andar nos altos patamares, não só a nível interno como também além fronteiras.
Outras parece que, por muito que se esforcem, contratem e lutem, nunca conseguem solidificar processos de vitória.
Se em Portugal temos um Porto que nos últimos vinte anos se tornou um indiscutível ganhador por cá e por esse mundo, já o Sporting não consegue desfazer-se do estigma da equipa derrotada. Nas alturas decisivas falha sempre. Nos momentos em que é preciso ultrapassar o medo e os nervos, tudo fica hirto e nada sai.
Ainda no nosso país, o Benfica está no meio, sem perceber para que lado cai e se não se acautelar, rapidamente pode ficar como os seus vizinhos da Segunda Circular, pois o habito de ganhar parece andar arredado da Luz e para se recuperar não é fácil.
Se daqui formos para Espanha, de forma mais alargada temos dois eternos ganhadores, o Real Madrid e o Barcelona, que vão alternando entre si a disputa dos títulos, embora os brancos levem vantagem nessa contagem.
Já a equipa maldita é o Atlético de Madrid. E se dúvidas houvessem bastava tomar-se este ano como exemplo em que foram feitas contratações de grande monta, com Simão e Reyes à cabeça, mas em que também aparece Maniche, Motta e Luis Garcia, que se juntaram a Maxi Rodrigues, Aguero e Forlan.
Parece que havia tudo para dar certo, mas assim não acontece. Não há a confiança de uma equipa ganhadora, de uma equipa de top.
O mesmo se passa em França com o Marselha ou o Paris Saint Germain, por contraponto com o Olympique Lyonnais que se tornou no vencedor crónico.
Aqui o caso é ainda mais curioso, pois os de Marselha na sua época áurea, em que pareciam estar a cotar-se como ganhadores e chegaram mesmo a ganhar a então Taça dos Campeões, foram dela desapossados por irregularidades provocadas pelo seu presidente da altura, o Sr. Bérnard Tapie. Desde então que nunca mais se conseguiu impor como um clube ganhador.
Na Holanda comandam o Ajax e o PSV, com um Feyenord à espreita de um ano em que ambos estejam mal para poder ter uma alegria.
Em Itália, os clubes ganhadores até há duas épocas eram o AC Milan e a Juventus, ficando o Inter de Milão sempre com as sobras. Com os escândalos que aconteceram e que relegaram os de Turim para a Série B e que fizeram os Rossoneri partir com pontuação negativa, os Nerazurro ganharam ânimo e estão como ganhadores. Quem sabe se este incentivo não foi um ponto de viragem para a equipa de Luis Figo, Pelé e agora Maniche, acabado de transitar de Madrid.
O Bayern de Munique é o clube ganhador por excelência na Alemanha, secundado por um conjunto de equipas que espreitam uma época menos boa para tentar lá chegar. Ora o Borussia Dortmund, ora o Stugarda. Lá vai o tempo em que também o Colónia entrava nestas contas, estando agora desaparecido destas andanças.
Em Inglaterra também há os ganhadores Manchester, Liverpool e Arsenal estando o Newcastle e o Tottenham do outro lado dos resultados e sempre à espreita de uma possibilidade, mas que tardam em aparecer.
Já o Chelsea teve uma arremetida que parece ir ficar por aqui em termos de vitórias.
Não entram nestas contas a Escócia onde só há dois clubes com um mínimo de condições para lutar pela vitória e que decidem o caso entre eles, a Bélgica, onde muito se alterna depois do abaixamento do Anderlecht que também chegou a ser um crónico ganhador.
Como é curioso o fenómeno futebolístico que se repete ciclicamente nos países em que é este o desporto de eleição do povo.
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