sexta-feira, 22 de janeiro de 2021
Prever o futuro sem ser vidente
domingo, 17 de janeiro de 2021
Presidenciais - Um candidato por dia - Ana Gomes
A candidata Ana Gomes pode ser tida como tendo tido uma entrada de lobo mas está a ter uma saída de sendeiro, ou poderá dizer-se que foi uma candidatura que prometeu muito ao início mas que depois e graças a alguns tiros nos pés, está a perder fulgor e até credibilidade.
A ânsia de fazer justiça não pode significar ser-se justiceiro e, quem se candidata à presidência tem que ter o cuidado de manter a separação de poderes e deixar à justiça o que é da justiça.
Também não teve engenho para lidar com os constantes ataques de André Ventura e, ao querer responder em conformidade acabou por abrir espaço a mais ataques. Pelo contrário, o candidato do Chega teve a inteligência de deixar de ter Ana Gomes como o seu principal alvo, retirando-lhe protagonismo que lhe dava destaque.
Uma pessoa com a sua capacidade e com os seus conhecimentos, adquiridos em muitos anos de trabalho diplomático e de deputada europeia eram suficientes para lhe dar temas de campanha, que deveria ter sido sempre pela positiva e não a tentar entrar no jogo mais baixo dos seus oponentes, que acabou por prejudicá-la.
Neste momento o que prevejo para Ana Gomes nesta semana que falta para que vamos às urnas é uma descida considerável da socialista e uma subida de André Ventura, uma vez que os apoiantes deste não irão facilitar e votarão em massa. Já a restante população, que tem optado pela abstenção, vai abrir espaço ao crescimento do candidato de direita e, dessa forma, ganhar a força política que procura.
Reforço, por isso, que Ana Gomes não soube gerir o espaço mediático e pagará isso nas urnas no próximo domingo.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2021
Presidenciais - Um candidato por dia - João Ferreira
O Partido Comunista Português teima em manter uma resistência à alteração da sua liderança, continuando Jerónimo de Sousa ao leme, com as mesmas ideias e formas de atuar de há muitos anos. Depois lança um candidato mais jovem às eleições presidenciais que até parece uma lufada de ar fresco. No entanto as ideias são as mesmas e os projetos não mudam. Não é fácil, assim, renovar um partido que continua com as mesmas ideias bolorentas.
João Ferreira é um homem inteligente, com bom discurso, mas fica por aí.
A quem apoia políticas de esquerda acredito que ficará um sentimento de alguma desilusão que os comunistas não se renovem, não assumam uma esquerda mais moderna, menos agarrada aos dogmas do tempo de Cunhal. Talvez uma mudança pudesse ser benéfica e até recuperar muito do eleitorado que foram perdendo para o Bloco e até para o PS.
No que diz respeito ao candidato, entrou mal nos debates, deixando-se enlear pela forma truculenta de André Ventura e acabou por ficar marcado por isso. Seguiu-se alguma acalmia mas com muito pouco protagonismo que mantém com baixas intenções de voto nas sondagens, no quinto lugar, atrás de Marisa Matias.
Mais uma oportunidade falhada pelo PCP que se arrisca a ser um partido de representação residual que no Parlamento, quem nas outras instâncias onde se candidata, uma vez que os fiéis asseguram sempre uma presença parlamentar, mas que cada vez é menor.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2021
Presidenciais - Um candidato por dia - Vitorino Silva
terça-feira, 12 de janeiro de 2021
Presidenciais - Um candidato por dia - André Ventura
É um caso sério na política portuguesa pela forma como consegue fazer-se seguir por uns milhares de pessoas, com uma confiança tal que lhe permite dizer o que quer que seja e ser aplaudido. Pior é para quem o critica, que acaba insultado se tiver a sorte de não ser ameaçado (são às dezenas os exemplos nas redes sociais, até internamente nas estruturas do partido e seus contestatários). É o caso objetivo de uma ideologia castradora de opinião, de imposição pela força, de ideias opostas ou de caminhos alternativos.
Proclama pequenas coisas como se fossem as mais importantes e capazes de mudar o país para sempre, mas que, quando analisadas com frieza e ponderação, não passam de temas importantes mas que não são estratégicos.
Diz, orgulhosamente, que se for eleito não será o Presidente de todos os portugueses, mas apenas dos que trabalham e dos que pagam impostos, mas depois, de forma incongruente, diz querer baixar a taxa de IRS para o valor único de 15%, beneficiando com isso uma franja da população que, porque é a mais abastada, deve contribuir mais e penalizando todos os que vivem num patamar médio/baixo. A franja de população de maiores rendimentos é a mesma para quem AV trabalhou durante alguns anos com o intuito de os fazer contornar a Autoridade Tributária e pagar menos impostos, mesmo que com subterfúgios menos lícitos de paraísos fiscais e claro prejuízo para o Estado.
Dele, ouve-se falar dos políticos de esquerda envolvidos em processos judiciais, sendo bastante incisivo mesmo para aqueles cujos casos ainda estão em julgamento, mas não se lhe ouve uma palavra para os ex-banqueiros cujo legado já custou ao Estado mais de 21 mil milhões de euros. Não fala nunca de Ricardo Salgado da mesma forma que fala de Sócrates, coisa que o português comum mistura no "mesmo saco".
Depois agita a bandeira dos ciganos e do RSI mas não teve capacidade de responder a Tiago Mayan quando este lhe disse que os ciganos representavam apenas cerca de 3% do RSI pago no país. Já instado a falar do seu amigo Luís Filipe Vieira e das suas dívidas à Banca nacionalizada, que dariam para pagar o RSI dos ciganos por vários anos, apenas se limitou a soltar um riso nervoso e de desconforto, dizendo que não queria trazer para ali o futebol.
Diz também defender o regime presidencialista, que congrega no presidente e apenas nele, toda a responsabilidade de gestão do Estado, porque isso agiliza os processos e as decisões. Quando Marcelo Rebelo de Sousa lhe disse que nunca seria por esse regime porque conduz facilmente a uma ditadura, não teve, mais uma vez, argumentos, apesar de tentar ir buscar exemplos a outros países que o seu oponente lhe desmontou e com isso o calou.
Várias vezes lhe perguntaram sobre as ações incitamento à violência por parte de Trump, sentiu-se num claro desconforto porque semanas antes escreveu que a vitória de Trump seria a vitória da democracia, coisa que não aconteceu e que fez despontar a tirania de um presidente que tem como ídolo e que está a ser criticado pelo Mundo.
Facilmente atira à cara de Marisa Matias os regimes da Venezuela, da China ou de Cuba, mas foge a sete pés de falar de Bolsonaro, Trump ou qualquer outro dos seus correligionários da direita extrema.
A sua campanha, para além de baixa e, às vezes até suja, de insulto vulgar e barato aos seus oponentes, como chamar Candidata Cigana a Ana Gomes ou a Candidata da Marijuana a Marisa Matias, foi também uma campanha da cassete. Há muito que se diz que o PCP tem uma cassete no seu discurso porque se sustenta sempre nas mesmas coisas, gastas e pouco convincentes. Pois agora aparece Ventura com uma cassete, com novos temas mas que são repetidos até à exaustão. E como soe dizer-se, uma mentira repetida muitas vezes, acaba por parecer uma verdade. Mas sê-lo-á apenas a quem segue a doutrina de uma "religião política" que cega os ávidos de justiça popular e os menos esclarecidos que se deixam levar por chavões.
Tudo isto acaba até por fazer diluírem-se os assuntos de que fala com razão, mas esses também são comuns aos outros e, depois de eleitos, acabam por fazer todos o mesmo. Nada!
A sua inteligência e a sua escola de comunicação, solidificada em largos anos de comentários desportivo, fazem-no sobressair e, na verdade, engana facilmente quem não procurar informar-se, ser atento e que pense pela sua cabeça.
E porque uma pessoa inteligente tem que ser entrevistado por outra pessoa inteligente, foi Manuel Luis Goucha quem mais expôs as fraquezas deste candidato, que lhe devolveu direta e objetivamente todas as críticas que, de forma simplista lança para o ar e que demonstrou não ser capaz de rebater, assunto após assunto. Acabou por ser do sítio mais insuspeito que surgiu a melhor demonstração da fraqueza da política populista de André Ventura. Um tipo de política que já caiu em Itália, que já caiu nos Estado Unidos, que se espera que caia em breve no Brasil e que cá eu espero que nunca venha a ser uma realidade.
Como não aceito votar num Presidente que condicione a minha opinião, que condicione a minha forma de pensar, que condicione as minhas escolhas, que condicione a minha vida, André Ventura é, sem dúvida, a escolha que NÃO faço para Presidente do meu país!
segunda-feira, 11 de janeiro de 2021
Presidenciais - Um candidato por dia - Tiago Mayan Gonçalves
Uma das boas surpresas desta campanha eleitoral para as Presidenciais.
Um desconhecido que parecia pouco capaz, mas que logo que chegou aos debates se mostrou esclarecido, combativo e com capacidade de assumir um projeto inclusivo, apesar do liberalismo que defende.
Soube estar bem nos enfrentamentos mais difíceis e foi o primeiro a conseguir ter um discurso a desmontar muitas das coisas que André Ventura teima em repetir até à exaustão e que não são o maior dos problemas deste país.
Foi ganhando a simpatia de muitos portugueses em dúvida e, certamente, ajudará com a sua prestação a a fazer subir o Iniciativa Liberal nas intenções de voto.
Soube passar a sua mensagem, apesar de saber que lhe são reservados poucos votos, mas lutou por cada um como se dele dependesse para ser eleito.
Poderá vir a ter um papel interessante no futuro do seu partido.
domingo, 10 de janeiro de 2021
Presidenciais - Um candidato por dia - Marcelo Rebelo de Sousa
Nos 5 anos que agora terminam Marcelo Rebelo de Sousa trouxe um novo tipo de presidencialismo, que até aqui não era habitual. Mesmo Mário Soares, que sempre foi de andar perto dos cidadãos, não o fazia da forma que Marcelo faz, de não se furtar a um beijo, a um abraço ou a uma foto.
Ao início estranhou-se, mas depois depois entranhou-se e o povo gosta que o Presidente espalhe afetos, leve conforto, tente apoiar na dificuldade, reconheça o mérito e seja próximo.
Apesar de agora, em período de campanha eleitoral, surgirem algumas críticas, na generalidade o mandato do Presidente foi desempenhado com elevação e reconhecendo todos como cidadãos de pleno direito, sem excluir ninguém, o que era de esperar, afinal é umas das pessoas mais preparadas em Portugal para o cargo.
Nos debates foi mantendo elevação e falando com conhecimento, com ponderação, mas não descurando respostas mais incisivas sempre que foi acossado e questionado, não nas suas políticas, mas em muitas coisas que, não sendo importantes para a eleição, surgem quando mais nada há que possa ser acusado ao trabalho do candidato.
Como ninguém é perfeito, também consigo ver alguns excessos de presidência nos últimos 5 anos, consigo ver demasiada comunicação, uma vez que nunca se furta aos jornalistas o que acho que deveria evitar, mas na generalidade senti-me bem representado, por uma pessoa de uma inteligência acima da média, que honra o país sempre que recebe figuras que nos visitam ou sempre que representa o país no estrangeiro.
Perante tanta alarvidade que se foi ouvindo no último mês, quase que é uma bênção perceber que, com este candidato, conseguimos manter alguma racionalidade e conseguimos que os cidadão deste país sejam respeitados, independentemente da sua cor, credo, ideologia ou raça...
sábado, 9 de janeiro de 2021
Presidenciais - Um candidato por dia - Marisa Matias
sexta-feira, 8 de janeiro de 2021
Presidenciais - Um candidato por dia - Eduardo Batista
O caso óbvio de que uma qualquer Lei não pode ser desculpa para tamanha estupidez.
Como é possível que um não candidato faça parte de um boletim de voto para umas eleições presidenciais?...
Independentemente de haver uma Lei que limite prazos, a Comissão Nacional de Eleições não podia fazer constar este nome.
Seria interessante perceber quantas pessoas vão votar nele. Seja por gozo, por protesto ou por simples ignorância.