A candidata Ana Gomes pode ser tida como tendo tido uma entrada de lobo mas está a ter uma saída de sendeiro, ou poderá dizer-se que foi uma candidatura que prometeu muito ao início mas que depois e graças a alguns tiros nos pés, está a perder fulgor e até credibilidade.
A ânsia de fazer justiça não pode significar ser-se justiceiro e, quem se candidata à presidência tem que ter o cuidado de manter a separação de poderes e deixar à justiça o que é da justiça.
Também não teve engenho para lidar com os constantes ataques de André Ventura e, ao querer responder em conformidade acabou por abrir espaço a mais ataques. Pelo contrário, o candidato do Chega teve a inteligência de deixar de ter Ana Gomes como o seu principal alvo, retirando-lhe protagonismo que lhe dava destaque.
Uma pessoa com a sua capacidade e com os seus conhecimentos, adquiridos em muitos anos de trabalho diplomático e de deputada europeia eram suficientes para lhe dar temas de campanha, que deveria ter sido sempre pela positiva e não a tentar entrar no jogo mais baixo dos seus oponentes, que acabou por prejudicá-la.
Neste momento o que prevejo para Ana Gomes nesta semana que falta para que vamos às urnas é uma descida considerável da socialista e uma subida de André Ventura, uma vez que os apoiantes deste não irão facilitar e votarão em massa. Já a restante população, que tem optado pela abstenção, vai abrir espaço ao crescimento do candidato de direita e, dessa forma, ganhar a força política que procura.
Reforço, por isso, que Ana Gomes não soube gerir o espaço mediático e pagará isso nas urnas no próximo domingo.
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